Livros da Restauração.

Os últimos três livros descrevem o regresso de um remanescente dos judeus a pátria depois de setenta anos (605 – 536 a.C.) de cativeiro. Eles foram trazidos no período de 536 – 420 a.C. por Zorobabel, Esdras e Neemias.

Esdras

Autor: Esdras                                                                                                                  Local: Judá

       Tema: construindo o templo                                                                                         data: 456 a 444 a.C.

Esdras da continuação a narração do antigo testamento de 2 Crônicas, demonstrando como Deus cumpria a promessa de fazer seu povo regressar a terra prometida depois de setenta anos no exilio. O “segundo Êxodo” de Israel, o da Babilônia, é menos impressionante que o da servidão egípcia, visto que só um remanescente decide partir. Esdras relata a historia de dois regressos da babilônia, a primeira liberada por Zorobabel para reconstruir o templo (1 – 6) e a segunda sob a liderança de Esdras para reconstruir a condição espiritual do povo (7 – 10). Encaixa entre esses dois relatos há uma lacuna de quase seis décadas durante a qual Ester vive e governa como rainha da Perícia.

Conteúdo:

·         O império modo-pérsia vence e domina o império Babilônico e agora Ciro era o imperador.

·         Decidido pela libertação do povo Judeu, Ciro os envia de volta junto seus objetos de culto do templo. Retornaram para Judá aproximadamente 50.000 judeus sob a liderança de Zorobabel.

·         Chegando a Jerusalém iniciam a obra da reconstrução dom templo, lançando seus alicerces. Logo são molestados pelos seus inimigos e por isso as obras de reconstrução do templo, são interrompidas no ano 534 a. C. a pedido dos samaritanos e sob a ordem do imperador Cambises, sucessor de Ciro.

·         A reconstrução do templo e retomada no ano 520 a.C., no reinado de Dario, o grande (sucessor de Cambises). Neste tempo a interrupção destaca-se no ministério profético de Ageu e Zacarias. Após 4 anos de obras, o templo foi terminado.

·         Há um intervalo de aproximadamente 70 anos entre Esdras 6 e 7, depois só após este período e que Esdras resolve viajar para Palestina, com um segundo grupo de Judeus (457 a.C.).

·         Esdras se entristece profundamente ao chegar em Jerusalém, pois encontrou o povo desanimado, voltando a idolatria e casando-se com mulheres pagãs. Esdras realiza, então, profundas reformas religiosas. Mandou que despedisses as mulheres hetéias e que os homens voltassem as mulheres dos casamentos de suas mocidades.

Chaves para Esdras:

Palavra chave: templo

Versículo chave: (1.3; 7.10)

Capitulo chave: (6)

                 Cristo em Esdras: Esdras revela o continuo cumprimento das promessas de Deus para manter vivos os descendentes de Davi. Zorobabel mesmo e parte da linhagem messiânica como neto de Jeconias (Joaquim, 1 Cr 3. 17 – 19; veja-se Mt 1. 12 – 13). Há uma nota positiva de esperança em Esdras e Neemias, por ter o remanescente regressado a terra prometida. Nesta terra, as promessas messiânicas cumprirão, porquanto se acham conectadas

Com lugares tais como Belém, Jerusalém e Sião. Cristo nascera em Belém (Mq 5. 2), não na Babilônia. O livro de Esdras como um todo também tipifica a obra de Cristo de perdão e restauração.

Calendário sagrado dos Judeus

Os meses hebraicos possuem alternadamente 30 e 29 dias. O ano hebraico, mais curto que o nosso, tinha 354 idas. Assim, a cada período de aproximadamente 3 anos (7 vezes em 19 anos), era acrescentado um mês adicional de 29 dias – Veadar – entre Adar e Nisã. O calendário civil – calendário oficial para os reis, nascimentos e contratos – era um pouco diferente do calendário sagrado.

Quadro de Esdras:

Neemias

Autor: Neemias                                                                                                                        Local: Judá

       Tema: construindo muros                                                                                              data: 444 a 425a.C.

                 Neemias, contemporâneo de Esdras e copeiro do rei no palácio persa, lidera o ultimo grupo que regressa a Jerusalém depois do exilio babilônico. Sua preocupação pelo bem-estar de Jerusalém e de seus habitantes o inspira a assumir uma ação ousada. Obtido a permissão de voltar a sua casa, Neemias desafia seus patrícios a levantar-se e construir os muros arruinados de Jerusalém. A despeito da oposição dos de fora e abuso dos de dentro, a tarefa e completa em apenas cinquenta e dois dias – proeza que mesmo os inimigos de Israel tiveram de atribuir a capacidade divina. Por contraste, a tarefa de reavivar e reformar o povo de Deus dentro daqueles muros reconstruídos demanda anos da vida e liderança do piedoso Neemias.

Conteúdo.

·         Neemias era copeiro de Artaxerxes. Neemias recebe noticias do estado calamitoso da cidade e de Jerusalém. Esdras estava na cidade a 13 anos, o templo já tinha sido construído, mas os muros ainda estavam derrubados e a cidade encontrava-se desoladas. O rei Artaxerxes não apenas permite a ida de Neemias para Jerusalém, como também o nomeia governador da cidade e lhe autoriza levar madeira para a construção.

·         Chegando a Jerusalém, faz uma vistoria para avaliar o estado das muralhas. Logo incentivou o povo a reconstruí-las e mesmo sob severa oposição externa (Sambalá e Tobias) e interna (cansaço e desânimo do povo).

·         Terminada esta obra, ele trabalha na organização da cidade, nomeando vários funcionários para o bem publico. Além disso reorganiza princípios morais e espirituais. Todo povo foi reunido diante da palavra de Deus, ministrada por Esdras e a leitura e explicação dos textos produziu quebrantamento, arrependimento e conversão.

·         Doze anos depois, Neemias retorna a Babilônia.

·         Neemias retorna com o 4º grupo de judeus da Babilônia para Jerusalém.

Chaves para Neemias:

Palavra chave: muros de Jerusalém

Versículo chave: (6.15 – 16; 8.8)

Capitulo chave: (9)

              Cristo em Neemias: como Esdras, Neemias retrata Cristo em seu ministério de restauração. Neemias ilustra Cristo no fato de que ele renuncia uma elevada posição a fim de identificar-se com a condição de seu povo; ele vem com uma missão especifica e a cumpre; e sua vida e caracterizada pela dependência demonstrada pela oração.

              Neste livro tudo é restaurado, com a exceção do rei. O templo e reedificado, Jerusalém é reconstruída, o pacto é renovado, e o povo é reformado. A linhagem messiânica fica intacta, mas o Rei ainda não veio. O decreto de Artaxerxes em seu vigésimo ano (2.1) marca o ponto inicial da profecia de Daniel acerca de setenta semanas (Dn 9. 25 – 27). “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificara, mas em tempos angustiosos” (Dn 9. 25). O Messias vira no fia das sessenta semanas, e isto é exatamente cumprido em 33 d. C. (veremos isto em breve, quando estudarmos “Cristo em Daniel”).

Quadro de Neemias:

Ester

Autor: Mordecai, Esdras ou Neemias                                                                                Local: na Pércia.

       Tema: A Providência de Deus                                                                                                          data: 460 a.C.

                  A historia da vida de Ester se encaixa entre os capítulos 6 e 7 de Esdras, entre a primeira leva liderada por Zorobabel e a segunda liderada por Esdras que voltam. Fornece o único perfil bíblico da vasta maioria de Judeus que preferem permanecer na Pércia em vez de voltar à Palestina depois do exilio. A mão divina de providencia e proteção em seu favor de seu povo é evidente por todo o livro, ainda que Seu nome não apareça sequer uma vez. A trama de Hamã que traz grande ameaça aos judeus (1 – 4) é relatada pela coragem da bela Ester e pelo conselho de seu sábio tio, Mordecai, resultado em grande livramento (5 0 10). A festa de Purim se torna um memorial anual da fidelidade de Deus em favor de seu povo.

Conteúdo.

·         A historia do livro de Ester começa com um grande banquete organizado pelo rei Assuero (Xerxes). Nesta grande festa, todos se embebedaram e o rei mandou chamar a bela rainha Vaste para alegrar a festa com sua beleza. A rainha, porem, negou-se a tal atitude. Este fato humilhou o rei diante dos príncipes e autoridades presentes, pelo que ele a depôs.

·         Realizou-se, então, um “concurso de beleza” para escolher a mulher que iria substituir a rainha Vaste. Ester, uma judia, foi a escolhida e ela se tornou a rainha do poderoso império Persa.

·         Neste tempo de coroação, seu primo Mordecai descobre uma conspiração contra o rei e levando isto ao conhecimento dele, muito sobe em seu conceito.

·         Hamã, um agagita, foi escolhido por Assuero como vice-rei e ele ordenou que todo o povo, ao encontrar-se com ele, se prostrasse e o adorasse, o que Mordecai como rei não fazia. Tal atitude despertou ódio de Hamã contra Mordecai e contra os judeus, tendo planejado destruí-lo da face da terra.

·         Hamã engana Assuero e consegue que este decrete a morte  de todos os judeus de seu reino. Era fim aparente do povo judeu.

·         Ester e convidada por Mordecai a conseguir diante do rei uma mudança em tudo isso, e ela corre o risco de, apresentando-se diante do rei sem ser chamada,  sofrer pena semelhante a de Vasti. Ester arma uma boa estratégia para entregar o cruel Hamã nas mãos de Assuero (Et 5). Mordecai é honrado pelo rei que foi incomodado por Deus por fazê-lo e Hamã foi enforcado. Os judeus foram salvos pela providencia de Deus.

Chaves para Ester:

Palavra chave: Providência

Versículos chave: (4. 14; 8. 17)

Capitulo chave: (8)

Cristo em Ester: Ester, como Cristo, apresenta-se para morrer por seu povo, mas recebe a aprovação do rei. Ela também retrata a obra de Cristo como advogado em nosso favor. Este livro revela outra ameaça satânica para destruir o povo judeu e, dessa forma, a linhagem messiânica.

Quadro de Ester: